domingo, 6 de junho de 2010

Deixo-te

......."Deixo-te a Poesia. Deixo-te todas as estações, principalmente a primavera e o verão..." (Satyricon)

Deixo-te.
Sem mais esperanças nos pés ou nas mãos
Deixo-te...
Junto com o vento da madrugada
Junto com o cordão e a calma enlatada
Junto com as horas de tédio e tremor,
Deixo-te...
Desacompanhada, na noite fria,
Luz de claraboia mal iluminada,
Paralelepípedo, e estrada beira-mar,
Sem nada nos olhos secos de asfalto,
Se não, uma lua entreaberta, e sal;
Deixo-te, querida,
Ao som do chello e do teatro vazio,
Ao som dos passos e da juventude,
Ao som das tardes movimentadas e da solitude...
Deixo-te:
O som de uma balada Pós-Romântica.

(Ralph Wüf - Junho de 2010)

Um comentário:

  1. que sensação estarrecedora a da partida... de alguém e de nós mesmos... onde estaremos quando partimos?...

    O que resta de nós?...

    que sensação estremecedora a do reencontro de si...

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