quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Política

Não há tanto a ser dito tal como figura em exposição. Campanhas e ingreço a uma polarização multi-desfocada de imagens descontínuas, cores quentes quase frias, o extremo de lava e fogo pintados nos blocos de concreto. Panfletos e cartazes filmados, impregnados em tinta preta descomplementada por status desatentos de verdade e mentira. A retórica falaciosa da vondade de ascender ao poder. Reconheer moedas e faces apagadas pelo passado, perder a visão dialogando com foices e agulhas. É um direito olhar ao sol fixamente, sem virar os olhos ou piscar.
É preciso que haja frio para que se reflita, o calor da batalha isenta o medo da morte e, incita a violência (não) verbal de palavras soltas e desferidas como sangue em golpe, cuspe falacial na cara do inimigo.
Não é preciso raciocinar, apenas segurar uma lança e se por em posto, sem escudo, com peito aberto sujo de tinta, protegido por flores e poemas. A coragem é uma flor vermelha com espinhos virados para dentro. A fome é uma besta que mata quem habita; O poder é a fome corajosa que empreguina sua força na vontade humana.
A beleza humana está contida em sua vileza.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Elegia Desesperada

De que adianta mãos ardentes
Colhedoras de brasas-fogo
Se as raízes-fins profundas
Encontram-se em negror e podridão?

De que adianta a voz bravia
Se é em terror e melancolia
Que os olhos se fecham e se respeitam?

De que adianta o discurso,
Verdade feroz, sem rédeas e alvo,
Se a palavra é frágil, corruptível?

De que adianta a liberdade,
Na terra, na cidade, aonde quer
Que seja, aonde quer que vamos...
Se é na saudade que nós voamos?

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Hoje na faculdade de Letras da UFRJ vi uma grande vitória e uma grande derrota... Houve depois de muitas tentativas de impor impossibilidades uma Assembléia Geral para se discutir que tipo de voto seria usado nas eleições para diretor... O voto universal ou o voto paritário. Não entrarei hoje em detalhes sobre a discussão em si, houveram falas boas, coesas, e outras ruins, frágeis de argumentos... Mas, uma coisa em específico me entristeceu, não foi como diria Murakami "the creative-lack" por meio dos discursantes (embora isso sempre contríbua um pouco), mas sim a falta de respeito, a falta de dignidade de alguns participantes diante tal evento. Um evento histórico para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, e para a própria Faculdade de Letras. Durante a fala daqueles que eram a favor do voto universal ouve vaias, urros, placas de papel levantadas com maldizeres, e vozes muitas gritando para se encerrar o debate. COMO ASSIM ENCERRAR UM DEBATE DURANTE UM DEBATE? Eles apenas queriam cumprir seu papel de votantes... Uma maioria esmagadora, pegou a dignidade, embolou-a em uma bolinha papel, amassou, e jogou pela janela, quando decidiram interromper o decorrer coeso e digno das coisas, via-se plenamente a falta de interesse da discussão em si, mas sim, uma pequena troca de afetos entre uns e outros, sem nenhuma imparcialidade ou vontade política., talvez alguma politicagem quase sem nenhuma dignidade eu diria. E assim, de uma maioria de faces e rostos familiares vi(mos) não só o voto universal e nossos argumentos sendo esmagados por uma maioria (que infelizmente não compõe 1/3 da faculdade toda, pois os outros estavam ausentes, em suas aulas, casas e demais fazeres...), mas também a liberdade individual de escolha, espremida em 1/3 de um todo desanimado... Não foi uma derrota lateral, mas sim universal, por mais irônico (e infame) que isso possa soar... Um passo atrás na democracia, mas um a frente, devido a Assembléia. Isto, meus caros, foi o que me fez compor esta Elegia Desesperada.