sábado, 1 de setembro de 2012

Canção ao Einhleuchtend

V

Deixa no silêncio das mãos
A verdade: aquilo que se
sente e pensa; cala incauto
e sossega a ânsia que transparece
entre os dentes brancos iluminados
pela fosca luz etílica das
madrugadas em calçadas. Mas cala!
Deixa quedar pausa sobre o ar,
tensão sutil sobre os corpos
que se respeitam em ausência,
para que somente o olhar
cálido da aurora te toque,
ainda que Porvir, e te
envolva na suave cor âmbar
das mãos que calam em acordo;
Mas te aquieta, coração! Porque
todo esse alarde não te serve de nada...
Deixa os burburinhos para os bichos
e a afetação para todas as gentes,
mas te acalma e contém este
suspiro, suave prova de Ser:
Cala e segue cm as mãos
unidas na plenitude do Vazio.