quarta-feira, 26 de agosto de 2009

sábado, 1 de agosto de 2009

ABRIMAR

ABRIMAR Noturno

Abri os mares como num açoite
O Vento erguia-se etéreo
E não importava-me se era dia ou noite,
Duas ondas me dividiram;

Fabricava castelos imaginários
De uma areia onírica, fina,
Que pingavam nos olhos sedentários
Daquela matéria cristalina...

Vida vista pelas lentes outonais,
Não minha, as tais, de ninguém...
Cobriam portas, liceus abandonados
Feitos de musgo e mais alguém.

Duas ondas rebentaram fera
Sem dar luzes à primavera
Que morta fez questão de levantar,
Um ponto, uma questão...

E embebedaram-se do que não tinha
No meio daquela ventania fria
Que eu fazia questão de esquecer,
Credros vermelhos escorrem pela torneira.