domingo, 28 de março de 2010

So, I lit the fire... ♫

Bilhete Incendiário

....................."Apenas os mortos permanecem com dezessete anos".
.......................................(Haruki Murakami)

Fumo o meu cigarro como se traga a vida,
Envolto em seu papel e cinzas
Que condensam a alma e alguma coisa Maior.
Fumo o meu cigarro e ascendo por inteiro
E queimo-me de dentro para fora em brasas
mornas-e-azuis; Deitado não conheço a dor,
Mas reconheço a canção que toca ao longe
Esquecendo-me de um dia me ter chamado Eu.
Sem nada na mente como Brecht, ou Maria, ou Fumaça,
Despeço-me das tardes e dos trens,
Que imóveis cortam o centro da cidade.

II

Me levanto e vou sem direção
À Lugar-Nenhum permaneço no mesmo instante
E me nego (como sempre) da mesma agitação.
Das moléculas incita-se o estranhamento,
Que fogo, torna-se qualquer coisa como Vida
E os Mortos tem os cinco elementos cravados
.........................................[em comunhão.

Não, não me apego a Nada
Se não à evaporação deste cigarro,
Lembrança quente-e-fria chamada Não-Saber.

domingo, 21 de março de 2010

Prelúdio [Para Tin Whistle em Bm]

Acordo sonolento, cambaleante toco-a nos ombros, ela se vira encarando-me com seus olho castanhos-fogo. Olho-a fixamente e aperto-lhe a pele branca, ela segura-me os dedos e pôe-me ao seu lado; Enlaço-a e ela sorri silenciosamente para mim, mostrando-me o anoitecer.
Ergo-me na noite solitária, sua presença se torna qualquer coisa se não o azul da noite e o rastro estrelado das constelações sobre minha cabeça. Respiro profundamente e não mais olho para dentro do Castelo. Estou desperto e vivo; E não mais um escravo de mim.

......................................................Ὁ Ὀνειροσ μενὶασ ἒστιν.


(Ralph Wüf - 20-3-2010)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Un-Clockwork

E hoje, algo fora do convêncional...

"Um amor não tem dias contados" [Sem Título]
...................................- Aparentemente...

Um amor não tem dias contados
Ele conta seus dias e adia
o dia de seu derradeiro final
Sem nenhum apego ao homem;

Um amor não tem dias contados,
Ele firma seu corpo na madeira
Que se transforma em prata, e ouro,
e ar, de lábios e para lábios vãos;

Um amor não tem dias contados,
Nem anos, nem meses, nem segundos:
É livre, e por isso a escravidão
Que vem no cravar de sangue da aurora.

Um amor não tem dias contados,
Mas é feito de dedos e linhas
entrelaçadas numa só matéria,
Frígida essência da dualidade mista.

Um amor não tem dias contados
Entretanto, seus dias, contos
de silêncio e lágrima e som
São cantados por toda eternidade.

"Entre ingênuos passos, têm-se dúbios os olhos cristalinos, que se fecham, se enlaçam, e sonoramente se apagam sem nunca deixar de se reverberar e lenir entre o fogo quente e pálido".

terça-feira, 16 de março de 2010

O Feto


Então, hoje, não irei publicar nada de meus escritos, mas serei um pouco mais audacioso, deixarei com vocês, algo em que acredito plenamente, tanto nos integrantes, quanto na idéia do projeto.
Sendo fecundado no ano de 2009, sendo a idéia original da minha outra parte, Rafaela Duccini, e da geniosa, e esplêndida Verena Duarte, deu-se assim, "O Feto", com uma proposta de revista de crítica e divulgação artistico-literária. Juntou-se ao projeto amigos e companheiros de estudo, como PH Wolf, Diego Braga e Rayssa Galvão, integrando e formando assim o grupo de edição.
Com a proposta de divulgação de textos de interessados e convidados, e com um argumento crítico, a revista mostrou ontem, em versão online, sua primeira edição (ainda em wordpress).

Deixarei com vocês o link do blog-revista, que ainda está em gestação. Espero que leiam e ouçam o que O Feto está tentando nos dizer, ainda em seus primeiros passos de formação, pois acredito que quando ele realmente nos mostrar sua face, veremos o nascimento de algo realmente grande, entretanto, ainda ficamos na espera.

Link para o blog: http://www.ofeto.wordpress.com

segunda-feira, 1 de março de 2010

A Moema (Repintada)

Debaixo d'água
Refresca a carne lívida
Que trás subscrita
O sibilo da noite intocada,
Qual mergulha, o corpo
estrelado, que morto dança.

(Originally in english)

"Under the water
Refresh the pale flesh
That brings undertaken
the sibyl of the night,
Untouched, that drown
The body that dance dead".

Abaixosolo

..Segue o metro
.............abaixosolo
....Subto impacto
...............i-material:
.......Negação rastro florescente
..........que inverte o
..............percurso da flora,
............qual penetra na trilha a madeira
................Sem olhos secos de cal.
............Corte: Faixa PRETA
...............Óleo sem sal:
...................Tinta, pigmento frio
..............Que queima o corpo
...............................cheirando a
............................Fogo.

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Devido a incapacidade deste blog de aceitar grandes espaços, e de negar a cor preta em minhas edições de textos esquizofrênicas, por favor, com toda a benevolência, ignorem os pontos.