quarta-feira, 20 de maio de 2009

Carpe Noctem

Mas, tudo bem...
Deixe que a manhã adentre a janela
E que a noite se esvaia pelos vãos das portas,
Porque são as sombras que cobrem a pelnitude
E invadem solenemente a solidão;
Mas não adianta só o verbo,
Fibra frágil e fria como lâmina,
Pois é com mãos que levantam muros
E soltam as marretas na muralha;
Sairemos com calos nos dedos
E olheiras roxas por baixo dos olhos
Com apoios de Minerva de ouro, ou não!
Pois são com brados e palmas que se fecha a batalha.
Pés limpam de sangue o chão
'Inda que não limpem a língua da falácia...
E agora, que dedos acendam as luzes
Para que ascendam nas veias da illuminura
Aquilo que chamamos de Universo.

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Poema feito devido a realidade posta à faculdade de letras da UFRJ e seu finalmente curso noturno, que pelo qual venho adentrando nas congregações e defendendo este plano. Hoje enquanto eu fazia o poema, assistia eu a uma reunião com o reitor atual. Que agora haja condições de se fazer o curso já aprovado. ;]

sábado, 9 de maio de 2009

Primeiro (projeto de) Soneto;

Soneto da Vigésima Segunda

"No Piauí de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade"
(Ferreira Gullar)

De vinte e duas crianças, tu és a primeira
Dentre todas que não ousariam morrer
E então, profundou-se no céu de Janeiro
Com teus olhos incautos na aurora do Outono

E fitavas enquanto a chuva tecia
As feridas que a agulha causava ao papel,
Tormentas, trovão, nova Mesopotâmia
Que os deuses fizeram questão de esquecer;

És aquele que o corvo abençoou com sua pena
E que a tinta langue e ácida adentra o horizonte,
E assim, desferrolhando a alma dos mediocres.

Enquanto todos bebem o vinho das eras
Tu degustas a essência da fria eternidade
Adentrando então o primórdio de mim.

(UFRJ - 8/5/2009)

"Nunca me levem ao óbvio..."