sexta-feira, 6 de abril de 2012

Canção ao Einhleuchtend

IV

Doce palavra nos teus lábios amargos:
Egoismo. Tua voz doce em ouvidos secos
Num povo esvaziado de Fé.
Crença, não num Deus, mas em si,
Virtude sólida de ser ante o Mundo.
Quando Tudo era Nada, você veio
como Orpheu, lira em mãos,
e quando a Terra era só deletério,
você fez-se arrebatamento, para
depois mostrar-se humano,
e tão vil como tal. Suas palavras
não me penetram, mas ainda ecoam
na minha mente, ao fundo, como
um sopro na baforada das gentes
ao pé do ouvido. Seu nome,
inverso desejo dos sacerdotes de Creta,
é um mistério já revelado nos trilhos;
E tua vontade, oração impregnada
nos anseios de vós, humanidade.