domingo, 6 de fevereiro de 2011

Canção ao Einhleuchtend

III

Corre por entre as matas
a tua altura mais que ingrime,
Onde tudo o que a ti é inverso
Se interage na sua forma mais séria.
Sóbrio, o instante te cala,
Sem voz, ruge teu instinto mais sagrado
E faz tremer teus olhos tão incautos.
Aonde está tua voz agora?
Teus passos não se encontram sobre
esta terra desgarrada de teus vícios.
Teu nome, vil, é atado pelos galhos
flexíveis das almas que se despertam
sobre o verde malogrado dos dias;
E teu corpo, palavra estrangulada,
É deitado no meio das copas, onde
tudo rasteja e vôa.
Dentro deste silêncio, teu nome levado
ao inverso, percorre pela outra face
daquilo que te compõe e faz-se compor.
E este sorriso escancarado na face
se despede, torna-se gracejo indesejado
diante do solene que eleva e puxa-te para baixo.
Cala-te diante a origem.
Cala-te e segue pelo corredor estreito,
Abaixa-te e esgueira por entre a verdade
que te morde e te arranca a pele e o som,
deixando-te ensangüentado a percorrer o caminho
em sua metade, sem escapatória: se não,
aceitar e emudecer. Pois teu nome
é superfície, luz que reflete e cega.
Teu nome é a verdade não dita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário