quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Vazio (Rascunho)

E agora
Com a corda no pescoço
O cano bem apontado sobre a têmpora
Já não tem para onde ir.
o claro e o escuro se mesclaram
Junto aos olhos que te buscaram
E Nada, deixaram-te o vazio
Que nunca descansa...
Para onde ir?
Passaste a vida inteira
A destruir as possibilidades
Como num frenesi
Que jamais te pertenceu
E este oco vácuo que te persegues,
E só te restas o gatilho
também esvaziado,
Em dias que não sabem se resignar.
Teve todas as oportunidades,
da fuga à grandeza,
E no entanto, afogou-as em lágrimas
Estáticas.
Sentado no chão do banheiro
enclausurou tua vida
numa ânsia de evaporação
que, pestimosamente, só serviu-se
da fumaça, para tentar enganar
o buraco que se formava.
E agora, não há mais para onde ir.

Desacreditaste de tudo?
Desacreditaste de ti mesmo!
Afundou-se a esmo em um cais
fingindo sonhar marés.
E o dia põe-se a nascer,
As núvens despedem-se de ti,
A liberdade não passou de um sonho bom
que jamais chegou a acreditar ter.
O amor? Desprega este de teu seio
petrificado.
Engole a seco este som que se esvai.
Pois resta apenas este vão que te instaura.
Não, não há mais palha que te preencha...

Nenhum comentário:

Postar um comentário