sábado, 30 de outubro de 2010

Canção ao Einhleuchtend

II

E o que dizer desta luz tão fraca
que ascende antes de se pôr
para o firmamento de todas as coisas?
O lampejo, a subta fagulha inerente
a todos os homens! Que no entanto, não dão conta...
O abismo não é para qualquer um.
Podes tu ver a imensidão do cume
e sentir a pequenez que te abranges tornar-te
suficientemente miserável para nunca encará-lo frente-a-frente;
Mas do alto, como tu bem esperas, pode-se constatar
a grande imensidão escura que te proclamas.
Ama, meu caro, a queda.
Ama, pois nisso, ama-te a ti mesmo!
(porquanto perdurar tua estadia entre o vale);
Imerso entre as trevas, até o fundo de tua alma,
de teu apelo... Pois é somente do topo que consegue-se
encarar abruptamente o âmago do abismo,
constatá-lo como um igual, e compreender seu
Real perigo e sentido.
Quero, ignóbil amante, que entendas
acima de todas as coisas,
somente aqueles que têm asas têm o direito de cair.




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