sábado, 16 de janeiro de 2010

Tradução - Um Poeta

Um Poeta - Octavio Paz


(Rascunho de Tradução)

Música e pão, leite e vinho, amor e sonho: Grátis. Grande abraço mortal dos adversários que se amam: Cada ferida é uma fonte. Os amigos afiam bem suas armas, prontos para o diálogo final, o dialogo à morte para toda a vida. Cruzam a noite os amantes enlaçados, conjunção de astros e corpos. O homem é o alimento do homem. O saber não é distinto do sonhar, o sonhar do fazer. A poesia pôs fogo em todos os poemas. Acabaram-se as palavras, acabaram-se as imagens. Abolida a distância entre o nome e a coisa, nomear é criar, e imaginar, nascer.
Por agora, pega a enxada, teorisa, seja pontual. Paga teu preço e cobra teu salário. Nos momentos livres rompas a massa: Há imensos prédios de jornais. Ou derrubes cada noite sobre a mesa do café, com a língua inchada de política. Cala ou gesticula: Tudo é igual. Em algum lugar já prepararam tua pena. Não há saída que não dê à desonra ou ao partíbulo: Tens os sonhos demasiadamente claros, te fazes falta, uma filosofia forte.

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