sábado, 30 de outubro de 2010
Canção ao Einhleuchtend
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Mítica
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Canção ao Einhleuchtend
domingo, 19 de setembro de 2010
Prelúdio às Canções ao Einhleuchtend
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
About The rain
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Elephant Gun
sábado, 21 de agosto de 2010
A Noite [Deformado pela preguiça]
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O Ser (e a Fumaça)
..........................................................A Octavio Paz, em póstuma homenagem
Não... Este caso não é verídico. E não, não deveria nunca ter sido narrado: O que aconteceu deveria ser deixado preso na retira dos presentes, e daqueles ausentes, que se cravaram dentro daquele instante. Não, isto não é real. A realidade como o senso comum conhece não se aplica a tais condições, e no entanto, este é o mais próximo da realidade que se pode chegar. Uma subjetividade distorcida e dissonante, que ressoa como música de guitarra em alta amplitude por entre os ouvidos desprotegidos. O que foi feito desfeito não será, e no entanto, se multiplicará de acordo com a perspectiva em que se observa. Acima, apenas a lua os vigia.
Caminham lado a lado dois corpos, estrelas obscurecidas pelo brilho ofuscante da rua. Caminham, sem nomes e sem pesares (aprentes), como dois astros que se acompanham em meio à uma constelação de anônimos e indivíduos. Cantarola-se à noite uma valsa, um samba, uma música rara e qualquer, que se comunica sem saber com o satélite claro que os observa. Branca, a lua, os ilumina em sua profusão de assuntos, feridas que se alimentam, e aumentam, através de um sangue que verte neutro e quente, e se torna tinta fresca por cima do chão de asfalto.
Dois corpos, em meio à um deserto de pedra, concreto, prédio, pedregulho, uma sonoridade diferente de um dos habituais. Muro que se parte, e se renova, construção levantada abaixo do céu, e que no entanto, parece o tocar e ferir. Como uma agulha ou alguma outra coisa, que o perfura e penetra, sem no entanto, desta vez, o estrangular em sua profusão negro-estranha-e-azul. A paisagem se dá como uma fotografia, ou um desenho de muito bom gosto, feito por mãos indubitavelmente habilidosas, que não deixam escapar em sua abstração nenhum detalhe. A noite se vai assim, clara e perfeita, como num conto...
- Sabe? Eu estou emocionada... Disse um dos corpos, cortando o silêncio como relâmpago.
- Com o quê? Indaga o outro, com uma voz mansa, respondendo em seguida, como um clarão.
- Eu não sei... Eu não sei... Só sei que estou. E responde em eco como um trovão que segue e soa ao longe, sem no entanto, se importar, se avisa de fato, ou não.
A imagem os toma como numa tela de cinema, possuídos pela arbitrariedade visual que os pondera, se entreolham, se imaginam, figuras incondicionavelmente desconexas, mas que neste instante pertencem ao mesmo quadro, e sem ferir, completam-se sem maior estranheza. Tons terrosos, e quentes, e negros, e frios, se punham na mesma tela; Se harmonizavam com uma graça exemplar. Eram assim, dois corpos, enfileirados, frente a frente, pictografia que se rodeia com a câmera bem apontada, e no entanto, nunca suficientemente próxima.
Andavam pela grande avenida, direcionando-se à um lugar comum, à contra gosto, a contra-senso, contra, e a favor; A noite os guiava com sua brisa fria, e os direcionava à uma estação qualquer, embora bem definida. Se abraçavam e se beijavam ao rosto, como bons amigos, e bons irmãos, enraizados nas entranhas da noite desfigurada, que os proferia a caminhos tortuosos, e ruas mal habitadas. Enraizados, acima de tudo, mantinham-se firmemente a caminhar entre sotaques, e sustos, imprevistos não avisados, e não acostumados a acontecer. Trocavam palavras de teimosia, e sinceridade, risos, brisas breves, brigas sutis, que os faziam sorrir, logo em seguida. Com os dentes à mostra, mas nunca ameaças. Era a noite quem os observava. Não eu, não os transeuntes, não aqueles que do outro lado da rua despediam-se da cidade e preparavam-se para saltar ao ônibus, ou tomar um lugar apertado no trem. Era a Noite quem os comtemplava, enquanto os braços se apertavam, os risos se trocavam, e subitamente, os lábios se tocavam. Era ela quem se regojizava, neutra, por aqueles dois corpos, que em meio à multidão distonavam com sua inefabilidade.
-Calma... Disse ele, rindo-se.
- Desculpa, problema de intensidade. Respondeu ela com um rubor no rosto, suavemente, entre a timidez aparente, e séria.
- Não, tudo bem, não é problema de intensidade, é problema de intensidade na Central...
E assim, esquecendo-se da multidão ao redor, se dependuravam por entre a imensidão que os cobria. Dois corpos. Conversando-se, explicando-se, deixando-se, ainda que por um instante, se dissolver. Nas ruas da avenida, e da grande estação que ligava o coração ao Brasil; A espera de uma condução que sempre tarda. Pulsando como fogo, como o comboio que trepida nas linhas férreas dos trens, como a palavra que se profere inesperada da pena forte do poeta por cima da página em branco... Dissolviam-se os dois corpos, frente a frente, enlaçados, petrificados, emaranhados, com uma sutileza breve e nada leve, de quem nunca se põe a dormitar, sem entretanto, sentir a presença indiferenciadora do cansaço.
Eram, naquela noite, antes da próxima parada, dois astros a cair em um céu vazio.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Falsos Haikais e Ferrovia
......................."O mundo desde o fim"
.......................E no entanto era um SIM
.......................E foi e era e é e será sim".
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Impompitude - Retrato Cotidiano Cinza
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Comtemplam-se [Sem Titulo]
terça-feira, 6 de julho de 2010
(Des)Classificação
"Tanto o Leitor, quanto o Poeta, têm de escutar o Vazio, desaventurá-lo, desfigurá-lo, sem jamais tapar os ouvidos, que atentos sempre devem estar ao som do Nada, que se levanta e se retrai, para que assim, se descubra o caminho por onde tateante segue..."
O que faço não é filosofia. Sou uma imagem não pertencente às estruturas, às academias empoeiradas, janelas semi-fechadas, e silêncio soberbo, cego em falsas razões. Mas também não sou poeta, meus versos cantos tortos que não sabem falar de amor, e muito menos elevar a vida, não são vinho, deleite na boca açucarada, refrigério ao corpo enclausurado; meu verso é aridão, concreto cósmico. Sou um mestiço, sem pátria ou nome, vagando por entre um deserto tenebroso que me fascina com suas luzes fátuas, que vem de seu interior entranhado.
Não tenho lugar algum, meu espaço, vazio inoculável, se estende até depois de meus olhos, que mal enxergam à distância. Minha pátria se forma na ausência, profundidade que se constrói nas paredes de minhas artérias e se funda em minhas células originárias, como algo que se forma em discurso. É uma re-invenção metamorfa que se formaliza a presença que só se vê quando se abdica a esperança e toma a grandeza do pensamento para si; E então treme-se com a pólvora entre os dedos.
Neste momento, eu não me sou: Já não sou mais eu! E entendo a ferocidade dos tecidos anteriores, panos fundados entre as trevas do interior humano, enterrando-se na parte mais dura e gosmenta do cérebro e do sangue: Pensamento cinza e aterrador, que torna todas as cores possíveis; vivas ou mortas. Cores que alimentam as presas de aço e os olhos de besta, e apossam-se do corpo, matéria frágil que se constrói monumento infinito e passageiro...
Sento-me sobre a bancada. Ao meu lado homens discutem os problemas de nossas épocas, formando teses e teorias que tentam organizar as nossas dores mais sutis, lustrando nossos grilhos, fingindo assim cingir a fechadura, sem no entanto, não fazer nada mais do que dar nomes e mais nomes, sem se dar conta de que nomear é criar, e tudo é invenção. Levanto calmamente o meu rosto, o vento abafado se arrasta do norte e me beija e morde as bochechas. Meus olhos lacrimejam com a temperatura que se eleva, e olho adiante. O cheiro de vinho apodrecido se instaura em minhas narinas e as faz arder. Ao longe, Outros bebem, embriagam-se em afogamentos de glórias e derrotas, rindo alto em seu delírio atemporal, como um sonho que foge do controle. Para eles, apenas consigo sorrir piedosamente, porém, ausento tirar sequer uma nota de escárnio desta gargalhada insonoramente afiada.
Levanto-me e olho ao ermo. O deserto se instaura em mim, e eu tomo parte dele, sem no entanto, dissolver-me por completo. Continuo a vagar, o vazio sussurra em meus ouvidos, e o esquecimento se enverga em minhas orelhas, falando-me segredos de eras remotas, e de labirintos sem saída: Começar a partir do Nada e da perda, e instaurar-se entre as estrelas.
(A negação de toda a existência dentro do enfoque de toda a permanência)
Desconstrução Perpétua que se faz contínua e derruba barreiras postas à beira-mar, trincheiras desfeitas nas costas da praia, construindo, com os respingos das ondas, partitura de música mecânica, levando além o som de todo significado, sem nunca, em questão, se finalizar. E eu, sem lar, nem rumo, vago através destas pausas e ritornellos, sem procurar saída ou fundamento, apenas contínua audição da música, desfragmentando-me em nota surda e dissolvendo-me entre os ouvidos mortos, que por sua ousadia, pagam com a vida o preço de escutar as notas infinitas; (e ainda pior, de ajuda-las em se compôr!)
quinta-feira, 17 de junho de 2010
[Sem Título]
sábado, 12 de junho de 2010
A Long Bay Dawn
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Indagações Sociais
Condensação
domingo, 6 de junho de 2010
Deixo-te
quarta-feira, 26 de maio de 2010
A Means to an End
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Despetalar [Flores da Memória]
terça-feira, 4 de maio de 2010
"Carrego nas mãos um fogo que queima..." [Sem Título]
Diálogos - Breves Divagações II
Ponderação [VISUAL]
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Sobre o Nada (E talvez, quem sabe, sobre a condição humana...)
terça-feira, 27 de abril de 2010
Diálogos - Breves Divagações I
domingo, 25 de abril de 2010
Urbanismo
sábado, 24 de abril de 2010
Balada Marítima I [Entre o Poema e Ipanema]
terça-feira, 20 de abril de 2010
Dissolução
Dissolução
As coisas se dissolvem: tornam-se umaMultiplicam-se unissonoroE revertem-se em acorde (composto e integral),Como os raios de concreto,Como os trilhos da cidade,Como os edifícios que se levantam agudos no corpo;- Suave mutação amórfica de Ser:Capacidade de se modificar E tornar-se reflexo da noite,Sombra das estrelas,Ausência visual de olhos sem cor.
Sílabas cavalgam em forma de espírito:Uma partitura desenhada na ponta da faca.
domingo, 4 de abril de 2010
Decomposição [Meia-Entrada Prematura na Floresta do Nada]
Resta na noite inconcebível a imagem do Nada. Por entre suas ramas e folhagens neutro-escuras estende-se a luz esverdeada, que permanece dentro-externada em cada um de nós. Meus dedos se alinham nos joelhos, e de meus olhos nada tenho, se não, a visão fugidia de meu interior desfragmentado, opaco por entre o peito e os ossos cardíacos, que formam uma armadura impenetrável de sangue oco e fétido.
Resta na tarde sonora o sol quente e vazio que expurga e espreme de meu corpo as feridas, querendo me fazer correr caminhos à fora, entretanto me internalizando de maneira doentia e abafada. Me torno translúcido como alabastro, seus raios e sua luz atravessam meu corpo sem nenhum sinal de comoção, apenas um calor morno e seguro que se estende até meus dedos, dissolvendo-os em tinta uni-sonora.
Na manhã, não resta mais nada. Decomposto, apresenta-se dissolvido o corpo e a capa. Acusado, as vibrações depostas da lua deixam-se de ressoar por sobre a silhueta, que imaterial permeneia a imagem em mil vultos multi-mórficos, como sombras de essências que ousam escapar de abrigo íntimo, e se expõem diante dos olhos amarelo-carmesim que se levantam ferozmente. Estende-se a não-imagem diante do retrato, e ressonante se compõe multi-angular nas formas e nas faces, que assimilam-se a si, sem entender, ou saber, apenas aceitando-a como conjunção, que intrínseca se funda no Tempo e no Nada; (pois passando a Não-Ser, o Ente torna-se Tudo, pois deixa de Estar).
domingo, 28 de março de 2010
So, I lit the fire... ♫
Fumo o meu cigarro como se traga a vida,
Envolto em seu papel e cinzas
Que condensam a alma e alguma coisa Maior.
Fumo o meu cigarro e ascendo por inteiro
E queimo-me de dentro para fora em brasas
mornas-e-azuis; Deitado não conheço a dor,
Mas reconheço a canção que toca ao longe
Esquecendo-me de um dia me ter chamado Eu.
Sem nada na mente como Brecht, ou Maria, ou Fumaça,
Despeço-me das tardes e dos trens,
Que imóveis cortam o centro da cidade.
II
Me levanto e vou sem direção
À Lugar-Nenhum permaneço no mesmo instante
E me nego (como sempre) da mesma agitação.
Das moléculas incita-se o estranhamento,
Que fogo, torna-se qualquer coisa como Vida
E os Mortos tem os cinco elementos cravados
.........................................[em comunhão.
Não, não me apego a Nada
Se não à evaporação deste cigarro,
Lembrança quente-e-fria chamada Não-Saber.
domingo, 21 de março de 2010
Prelúdio [Para Tin Whistle em Bm]
sexta-feira, 19 de março de 2010
Un-Clockwork
...................................- Aparentemente...
Um amor não tem dias contados
Ele conta seus dias e adia
o dia de seu derradeiro final
Sem nenhum apego ao homem;
Um amor não tem dias contados,
Ele firma seu corpo na madeira
Que se transforma em prata, e ouro,
e ar, de lábios e para lábios vãos;
Um amor não tem dias contados,
Nem anos, nem meses, nem segundos:
É livre, e por isso a escravidão
Que vem no cravar de sangue da aurora.
Um amor não tem dias contados,
Mas é feito de dedos e linhas
entrelaçadas numa só matéria,
Frígida essência da dualidade mista.
Um amor não tem dias contados
Entretanto, seus dias, contos
de silêncio e lágrima e som
São cantados por toda eternidade.
"Entre ingênuos passos, têm-se dúbios os olhos cristalinos, que se fecham, se enlaçam, e sonoramente se apagam sem nunca deixar de se reverberar e lenir entre o fogo quente e pálido".
terça-feira, 16 de março de 2010
O Feto

Então, hoje, não irei publicar nada de meus escritos, mas serei um pouco mais audacioso, deixarei com vocês, algo em que acredito plenamente, tanto nos integrantes, quanto na idéia do projeto.
segunda-feira, 1 de março de 2010
A Moema (Repintada)
Refresca a carne lívida
Que trás subscrita
O sibilo da noite intocada,
Qual mergulha, o corpo
estrelado, que morto dança.
(Originally in english)
"Under the water
Refresh the pale flesh
That brings undertaken
the sibyl of the night,
Untouched, that drown
The body that dance dead".
Abaixosolo
sábado, 16 de janeiro de 2010
Tradução - Um Poeta
Um Poeta - Octavio Paz
(Rascunho de Tradução)
Música e pão, leite e vinho, amor e sonho: Grátis. Grande abraço mortal dos adversários que se amam: Cada ferida é uma fonte. Os amigos afiam bem suas armas, prontos para o diálogo final, o dialogo à morte para toda a vida. Cruzam a noite os amantes enlaçados, conjunção de astros e corpos. O homem é o alimento do homem. O saber não é distinto do sonhar, o sonhar do fazer. A poesia pôs fogo em todos os poemas. Acabaram-se as palavras, acabaram-se as imagens. Abolida a distância entre o nome e a coisa, nomear é criar, e imaginar, nascer.
Por agora, pega a enxada, teorisa, seja pontual. Paga teu preço e cobra teu salário. Nos momentos livres rompas a massa: Há imensos prédios de jornais. Ou derrubes cada noite sobre a mesa do café, com a língua inchada de política. Cala ou gesticula: Tudo é igual. Em algum lugar já prepararam tua pena. Não há saída que não dê à desonra ou ao partíbulo: Tens os sonhos demasiadamente claros, te fazes falta, uma filosofia forte.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
De outrem... Torquato Neto
TRISTERESINA
uma porta aberta semi-aberta penumbra retratos e retoques
eis tudo. observei longamente, entrei sai e novamente eu volto
enquanto
saio, uma vez ferido de morte e me salvei
o primeiro filme - todos cantam sua terra
também vou cantar a minha
VIAGEM/LÍNGUA/VIALINGUAGEM
um documento secreto
enquanto a feiticeira não me vê
e eu pareço um louco pela rua e um dia eu encontrei um cara muito
legal que eu me amarrei e nós ficamos muito amigos eu o via
o dia inteiro e poucos conheci tão bem.
VER
e deu-se que um dia o matei, por merecimento.
sou um homem desesperado andando à margem do rio parnaíba.
[...] E por aqui encerro o trecho;
(Torquatália - Do lado de dentro; Cinema. Torquato Neto)
- E eu não respeito nem a bibliografia...